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Animais Exóticos

Devido ao aumento do número de animais exóticos em Vila Nova de Gaia decidimos iniciar um serviço de especialidade para atender às suas dúvidas e melhorar a saúde do seu companheiro.

Tipos de Animais Exóticos

Antes de adquirir um animal exótico, é essencial que se informe acerca dos cuidados que esse animal exige. ​Cada espécie tem características próprias e condições particulares de alimentação e habitat que deve ter em consideração. O sucesso no cumprimento das suas necessidades fisiológicas é o fator mais importante na prevenção de doenças.

  • Coelhos
  • Porquinhos da índia
  • Psitacídeos (periquitos, caturras, papagaios, catatuas, ring necks, agapornis, …)
  • Mini Pigs
  • Cabras Anãs
  • Tartarugas
  • Dragões barbudos
  • Cobras

Coelhos e Roedores

Os coelhos são animais de estimação muito populares em Portugal pela sua aparência adorável e grande companheirismo. Os roedores também já marcam presença nos lares portugueses e dentro deste grande grupo incluímos animais como os porquinhos-da-Índia, as chinchilas, as ratazanas e ratinhos, os hamsters, os degus, os gerbilos e os cães-da-pradaria.

Os coelhos e roedores mascaram os sinais de doença. Por esta razão, qualquer desvio do comportamento normal do seu animal em casa é motivo de atendimento veterinário, pois pode significar um sinal inicial de doença.

Embora com diferenças entre eles, os coelhos e roedores possuem dentes de crescimento contínuo e que necessitam de desgaste através do fornecimento de uma alimentação correta. A instalação e organização da gaiola também é fulcral no bem-estar destes animais. Contacte-nos para obter mais recomendações para uma alimentação e alojamento adequados para o seu animal.

Em termos de cuidados veterinários e medicina preventiva:

  • todos os coelhos e roedores devem receber um check-up semestral, que inclui um exame físico e análise microscópica das fezes;
  • vacinação: a partir das 5 semanas de idade, os coelhos devem ser vacinados contra a mixomatose e a doença vírica hemorrágica (tipos I e II). A revacinação é anual;
  • desparasitação: deve ser feita mediante aconselhamento veterinário. A colocação de desparasitantes externos deve ser sempre consultada por um veterinário pois alguns dos produtos comercializados para cães e gatos são tóxicos nestes animais!
  • esterilização: é recomendada a partir da puberdade. Este procedimento permite evitar comportamentos indesejáveis (como micções inapropriadas ou agressividade) e doenças do sistema reprodutivo, muito comuns em animais mais velhos.

Furões

Os furões são pequenos carnívoros muito brincalhões e com personalidades encantadoras, o que faz deles ótimos animais de estimação. Em casa podem ser mantidos em gaiolas, desde que lhes seja permitido explorar frequentemente o resto da casa. Estes momentos exigem vigilância, visto que a sua curiosidade faz com que tendam a ingerir vários tipos de materiais e a entrar em sítios de difícil acesso. As gaiolas devem ser de grandes dimensões e devem estar instaladas de forma a que o furão não consiga escapar. A alimentação deve ser uma ração comercial de furão. Não devem, sob qualquer circunstância, conviver com roedores ou coelhos. 

Em relação aos cuidados veterinários e medicina preventiva:

  • recomenda-se um check-up semestral do seu furão para realização de exame físico e análise microscópica das fezes;
  • obrigatoriedade legal: os furões devem ser inoculados com um microchip até aos 4 meses de idade com registo na plataforma nacional SIAC. Devem ser vacinados contra a raiva a partir dos 3 meses de idade (vacina obrigatória em território nacional), com reforço a cada 3 anos;
  • vacinação: devem ser vacinados contra a esgana a partir das 8 semanas de idade, com um a dois reforços em intervalos de 2 a 4 semanas;
  • desparasitação: deve ser feita mediante aconselhamento veterinário;
  • esterilização: a esterilização hormonal (não cirúrgica) do seu furão, no primeiro ano de idade, é de extrema importância para prevenir doenças reprodutivas. Este procedimento é feito através da colocação de implante hormonal subcutâneo no primeiro ano de idade, com recolocação a cada 2 anos.

Outros Mamíferos

Existe uma grande variedade de espécies mantidas como animal de estimação, como os porcos vietnamitas, as cabras anãs, os ouriços pigmeus africanos e os petauros-do-açúcar. Estes animais também necessitam de cuidados rigorosos em casa e de visitas regulares ao veterinário para check-up, vacinação e desparasitação (se aplicável). Contacte-nos para obter mais informações relativas ao maneio destes animais. 

Aves

A tradição de manter e/ou criar aves nas casas portuguesas é antiga. Entre as diferentes aves existe uma grande diversidade no que toca às suas necessidades de espaço, alimentação e companheiros. Algumas das espécies preferidas pelos portugueses incluem passeriformes (canários, mandarins, diamantes-de-gould), psitacídeos (periquitos, agapórnis, caturras, papagaios cinzentos africanos, amazonas, catatuas, papagaios-do-senegal), galinhas, patos, gansos e pombos.

A alimentação, o espaço e decoração da gaiola e a interação social adequada são fatores cruciais para o bem-estar da ave. As aves são animais que sofrem muito com o stress, a manipulação inadequada e o aborrecimento. É importante reconhecer os sinais de doença, nomeadamente:

  • apatia;
  • alterações no apetite e nos dejetos;
  • alterações nos movimentos respiratórios ou postura geral;
  • secreções anormais nos olhos, narinas ou boca;
  • alterações nas penas;
  • alterações das interações com os tutores e companheiros.

Recomendamos um check-up semestral da sua ave para exame físico, análise de fezes e aconselhamento. Se possível, deve trazê-la na gaiola que usa em casa e sem limpeza prévia. A aplicação de produtos como vitaminas ou desparasitantes deve ser feita mediante aconselhamento veterinário.

Répteis

Existem muitas espécies diferentes de répteis nos lares portugueses, desde as populares tartarugas semi-aquáticas aos dragões-barbudos, geckos, tartarugas terrestres, iguanas, camaleões e cobras. São animais que devem viver em ambientes que imitem o mais fielmente os seus habitats naturais. O surgimento de doenças nos répteis ocorre sobretudo por um maneio incorreto. Antes da aquisição destes animais, recomendamos aconselhamento veterinário e um estudo cuidadoso das necessidades a cumprir, nomeadamente equipamentos a adquirir, alimentação e suplementos.

A manifestação de doenças nos répteis pode não ser evidente para um tutor inexperiente. Alguns sinais de alerta incluem:

  • apatia extrema e perda de apetite;
  • alterações no aspeto dos dejetos;
  • secreções anormais nos olhos, ouvidos, nariz ou boca;
  • alterações do aspeto das escamas ou retenção das mesmas;
  • alterações da consistência da carapaça ou dos ossos.

Recomendamos um check-up semestral para exame físico, análise de fezes e aconselhamento. Os suplementos e vitaminas a utilizar devem ser recomendados por um veterinário.

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Infeção do trato urinário (ITU)

As infeções do trato urinário são um problema frequente na prática clínica, principalmente nos cães, representando cerca de 5-10% das visitas ao veterinário. Nos gatos são raras (cerca de 0,1-2%) e, quando presentes, são mais comuns em animais com mais de 10 anos.

As fêmeas são mais frequentemente afetadas, uma vez que apresentam uma uretra mais curta que os machos.

A maior parte das ITU são causadas por migração ascendeste de agentes patogénicos do trato urinário distal, que foram capazes de ultrapassar os mecanismos de defesa do organismo. A bactéria E. coli é o agente mais frequente e representa cerca de 1/3 a 1/2 dos casos. Em cerca de 75% dos casos, apenas um agente patogénico é identificado.

Diagnóstico na Infecção Urinária

diagnóstico desta patologia é feito tendo em conta os sinais clínicos, bem como a cultura de urina (colhida por cistocentese) e antibiograma. Não é recomendado fazer o diagnóstico apenas com a análise do sedimento urinário. Os sinais clínicos incluem polaquiúria (aumento do número de micções), estrangúria (micção lenta e dolorosa), hematúria (sangue na urina) e periúria (urinar em locais inapropriados). Alguns animais podem apresentar febre, poliúria/polidipsia (aumento da ingestão de água) e prostração. 

Tratamento

tratamento das ITU deve ser feito tendo em conta os resultados da cultura e antibiograma. Podem ser necessários também algumas modificações como o aumento da ingestão de água e alteração da dieta.

Para mais informações contactar o Médico Veterinário.

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Doença Periodontal no Seu Animal

Sabia que a doença periodontal é das doenças mais comuns em cães e gatos? Descubra como afeta os tecidos de sustentação do dente, por exemplo, a gengiva, o osso alveolar o cemento e o ligamento periodontal).

Existem muitos fatores predisponentes tais como: a raça, a dieta, a mastigação e a saúde do animal, no entanto, a causa primordial é a acumulação de placa bacteriana.

A doença periodontal causa inflamação e infeção dos tecidos da boca, podendo levar à perda de dentes e em casos mais graves fraturas da mandibula e maxila. Para além dos prejuízos locais a doença periodontal pode inclusive causar distúrbios sistémicos ao nível do coração, fígado e rins.


Conheça a anatomia da boca do seu animal de estimação

Os dentes estão localizados nos alvéolos dos ossos incisivos, maxilar e mandibula. São constituídos por três tecido duros: dentina, esmalte e cemento.

Figura 1: Esquema ilustrativo das estruturas anatômicas de um dente. Fonte: GIOSO, 2007

Estrutura Dental do seu Cão

Nos cães, o primeiro aparecimento dos dentes ocorre por volta do 1 mês de idade, e esta primeira dentição tal como nos humanos, não é permanente. A dentição decídua, ou seja, a não permanente, é formada por 28 dentes. Em cães adultos, a dentição já é permanente e estão presentes 42 dentes.

Figura 2: Odontograma do cão. Fonte: GIOSO, 2007

Estrutura Dental do seu Gato

Os gatos têm menos dentes. A dentição decídua tem 26 dentes e a permanente 30 dentes no total.

Figura 3:  Odontograma do gato. Fonte GIOSO, 2007

De Onde Vem o Nome Doença Periodontal

Os tecidos que recobrem parcialmente, protegem e sustentam o dente – gengiva (proteção), osso alveolar, cemento e ligamento periodontal (periodonto de sustentação) – são chamados de periodonto. Portanto, qualquer infeção/ inflamação num destes constituintes é denominada de doença periodontal.


O que é a Doença Periodontal

A progressão da doença periodontal é afetada por várias causas, no entanto, a causa etiológica primária é a placa bacteriana.

Esta placa de cor amarelada e bastante aderente forma-se sobre a superfície do esmalte do dente e por toda a boca, por outras palavras, pode ser igualmente chamada de biofilme. Este é constituído por diferentes tipos de bactérias, podendo existir mais de 400 espécies de bactérias. Estas bactérias formam microcolonias capazes de comunicar entre si e desencadeiam a produção de proteínas e enzimas bacterianas nocivas ao animal. Como este processo é tão complexo, as bactérias presentes no biofilme são mais resistentes aos antibióticos.

Qual a Relação entre a Placa Bacteriana e o Cálculo Dentário/ Tártaro

O cálculo dentário é formado pela calcificação da placa dentária, portantocaso ela não seja removida haverá precipitação de sais de cálcio (carbonato de cálcio e fosfato de cálcio), além de outros minerais presentes na saliva. Ele pode ser supragengival ou subgengival e só causa doença periodontal se estiver associado a bactérias vivas.


Qual a Prevalência e Factores Predisponentes

A doença periodontal afeta 75% dos cães entre os 4 e 8 anos de idade. É importante iniciarmos os cuidados com a higiene oral o mais cedo possível.

Existem vários fatores que conduzem à progressão da gengivite e doença periodontal, nomeadamente:

  • dentes sobrepostos (mais frequente em raças pequenas e braquicefálicos);
  • má oclusão dentária;
  • Manutenção de dentes decíduos;
  • Dieta (por exemplo, devido à ausência de ação abrasiva);
  • Trauma/ corpos estranhos;
  • Predisposição genética;
  • Estado fisiológico do animal;
  • Problemas sistémicos (urémia, hepatite, patologias endócrinas);
  • Imunossupressão;
  • Presença de cálculos dentários, que facilitam a acumulação de placa bacteriana;

Sinais clínicos

No caso de problemas da cavidade oral, o sinal clínico mais frequentemente notado pelos donos dos animais é a halitose, em suma, o hálito desagradável que resulta da putrefação dos tecidos e fermentação bacteriana.

Outros sinais clínicos manifestados por animais com doença periodontal são:

  • Sialorreia (salivação excessiva);
  • Desconforto ao mastigar alimentos/beber;
  • Sangramento gengival;
  • Exposição da raíz dentária;
  • Mobilidade e queda dos dentes, devidas a perda óssea e de tecidos periodontais;
  • Fístulas oronasais, levando a secreções nasais;
  • Letargia, anorexia e perda de peso, em casos mais severos;

Tratamento

Os objetivos do tratamento são a remoção de toda a placa dentária gengival e de cálculos dentários (vulgarmente conhecidos como tártaro), que resultam da mineralização da placa bacteriana. Desta forma, estamos a eliminar os estímulos que causam a inflamação dos tecidos periodontais. O polimento dos dentes é essencial para tornar a sua superfície mais macia, em outras palavras, diminuir as irregularidades que predispõem à acumulação de placa. Por vezes, quando a perda óssea ou de tecidos periodontais já é bastante avançada, torna-se necessária a extração dos dentes afetados.


Prevenção

Para podermos prevenir a doença periodontal, é essencial que a placa bacteriana não se acumule nos dentes.

Existem muitos cuidados em casa que podemos ter com os nossos animais, aqui ficam alguns exemplos:

  • Lavagem dos dentes diária: a escovagem dos dentes é extremamente adequada para a remoção mecânica da placa dentária, e apenas é necessário escovar a superfície bucal e labial.
  • Dieta para prevenção da doença periodontal: a adição de uma dieta dentária diminui a probabilidade de acumulação de placa e cálculo dentário;
  • Biscoitos apropriados;
  • Brinquedos para mastigar e adequados para a remoção da placa.
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Diabetes Mellitus Descubra o que é, Quais os Sintomas, Factores de Risco e como Tratar.

Para começar, o que é a Diabetes mellitus?

Para entender os problemas envolvidos na diabetes mellitus, é necessário entender o metabolismo do açúcar no organismo, as células do corpo precisam de combustível na forma de gordura ou açúcar para realizar suas atividades diárias, alguns tecidos podem usar açúcar ou gordura, dependendo das circunstâncias, e alguns tecidos (como o cérebro e o sistema nervoso) dependem quase exclusivamente do açúcar como combustível.

A diabetes mellitus envolve principalmente o metabolismo do açúcar (em particular, um açúcar conhecido como glicose). A glicose vem da dieta na forma de amidos e açúcares que os nossos animais ingerem. No entanto, os tecidos não podem absorver a glicose sem uma hormona, conhecido como insulina. A insulina é produzida pelo pâncreas como parte da regulação natural do açúcar no sangue do corpo. Sendo assim, a insulina pode ser considerada uma chave que abre a porta, permitindo que o açúcar na corrente sanguínea entre nas células do corpo.

Uma vez dentro dos tecidos, a glicose pode ser queimada como combustível ou armazenada, mas sem insulina o açúcar permanece na corrente sanguínea e não pode ser usado pelo organismo.

Nestes casos, como a glucose não é utilizada pelo organismo do seu animal vai acumular-se no sangue levando à hiperglicemia.

 

Quais os principais sintomas que os nossos animais podem revelar com esta doença?

  • Sede excessiva
  • Aumento da eliminação urinária
  • Apetite excessivo
  • Perda de peso

Como não há forma de remover a glicose da corrente sanguínea, os níveis de açúcar no sangue são bastante altos. Em situações ditas norais, o rim é capaz de conservar a glicose na corrente sanguínea, no entanto, nesta situação os seus mecanismos estão sobrecarregados e a glicose acaba por ser eliminada na urina em grandes quantidades.

A glicose é uma substância “osmoticamente ativa”, o que significa que é capaz de “arrastar” água com ela, explicando-se assim sintomas como a sede excessiva e micção excessiva.

Como os tecidos do corpo são incapazes de aceder à glicose (sendo esta o combustível), estes estão basicamente a morrer à fome. A gordura é então mobilizada e o músculo é decomposto para ajudar a alimentar os tecidos. O paciente mostra apetite excessivo, porque seu corpo está com fome, e simultaneamente perda de peso.

 

Mas para além destes sinais também pode surgir:

  • Fraqueza;
  • problemas no pelo;
  • redução da imunidade;
  • Cataratas;
  • Infeções urinárias;

Todo o açúcar na urina fornece um meio de crescimento desejável para bactérias e a infecção do trato urinário é um achado comum no diabetes mellitus.

Nos cães diabéticos (mas não nos gatos), há um tipo específico de catarata que se desenvolve rapidamente nos olhos quando grandes quantidades de glicose entram nas lentes. A glicose normalmente alimenta a lente, mas as quantidades de glicose que entram na lente no estado diabético são muito maiores. O excesso de glicose é convertido em outro açúcar chamado sorbitol, que por sua vez atrai água. O excesso de água interrompe a clareza da lente, criando uma catarata diabética, o que leva à cegueira em quase todos os cães diabéticos.

 

Quais os principais fatores de risco?

Em cães, a diabetes mellitus aparece mais em animais de meia-idade a idosos e mais em fêmeas. Outros fatores que favorecem o aparecimento da doença são a genética, doenças do foro endócrino, doenças cardíacas ou renais e obesidade.

Existem também raças mais predispostas tais como:

  • Schnauzer miniatura;
  • Bichon Frise;
  • Caniche miniatura;
  • Samoiedo;
  • Terrier tibetano;
  • Cairn terrier;
  • Yorkshire terrier;
  • Border terrier;
  • Labrador retriever.

Em gatos é mais comum aparecer em idosos e machos. Tal como os cães, os fatores genéticos, obesidade e patologias cardíacas e renais têm igual peso no aparecimento desta doença. Pancreatites crónicas e hiperadrenocorticismo favorecem também o começo da Diabetes.

 

Como posso tratar a Diabetes?

Apesar de ser uma doença que não tem cura, o seu tratamento é a chave para o sucesso e aqui o tutor e o médico veterinário têm um papel fulcral.

O tratamento passa pela insulinoterapia, quer seja injetável ou oral, consoante o animal.

No entanto, não podemos deixar de referir que tanto a dieta como a atividade física são também extremamente importantes, para a manutenção da doença.

Para cães, as dietas ricas em fibras são preferidas, pois diminuem a absorção de açúcares e ajudam a manter um nível mais regulado de açúcar no sangue. A fibra também torna os tecidos do corpo mais sensíveis à insulina, o que também ajuda na sua regulação. Cães diabéticos são mais tolerantes à alimentação feita em duas refeições, com aproximadamente 12 horas de intervalo. A dose de insulina pode ser administrada, após o tutor ver que o seu animal já comeu toda a sua comidinha.

Para os gatos, a estratégia é diferente. Primeiro, os gatos preferem fazer várias pequenas refeições diariamente, de modo que devem ter acesso à comida o tempo todo. Segundo, as dietas ricas em proteínas / pobres em hidratos de carbono são as mais propícias à sua regulação.

 

Existe alguma maneira de prevenir esta doença?

Com uma alimentação adequada e a estimulação diária de exercício físico é possível que diminua o risco de aparecimento da Diabetes.

No entanto, não se esqueça que um check up anual deve ser feito a animais com mais de 5 anos de idade e não deve descurar todos os sinais que o seu animal apresenta.

Para mais informações a equipa d’O Nosso Veterinário está pronta a esclarecê-las.

Sem Título-1

Desparasitação Interna e Externa dos Animais

A Importância da Desparasitação Interna e Externa Do Seu Animal

A desparasitação, como o próprio nome indica, é o acto de eliminar parasitas que possam estar a habitar o corpo do seu animal de estimação!

Existem dois tipos de desparasitação: interna e externa.


Desparasitação interna

Os parasitas internos afetam diversos sistemas:

  • Gastrointestinal:      Ténias, ascarídeos, ancilostomídeos, tricurídeos, coccídias e giarda
  • Principais sintomas:      Falta de apetite, perda de peso, vómitos e diarreia

  • Respiratório:

          Vermes do pulmão – Angiostrongylus vasorum

  • Principais sintomas

             Tosse e dificuldades respiratórias

  • Imunitário:

               Leishmania spp

  • Principais Sintomas

              Perda de peso, falta de apetite; perda de pelo, principalmente ao redor dos olhos e ponta das orelhas; problemas renais; crescimento exagerado das unhas; feridas na pele; dificuldade de locomoção; lesões oculares; diarreia; hemorragias.

  • Cardíaco:

                Vermes do coração – Microfilárias

  • Principais sintomas:   Tosse, anemia e fadiga


Outros possíveis sinais clínicos são: pêlo baço e quebradiço, pele seca e abdómen inchado.

Para que o seu animal esteja sempre protegido é aconselhado fazer a desparasitação interna ao seu animal

  • 0 – 3 meses: a cada 15 dias;
  • 3 – 6 meses: mensalmente;
  • > 6 meses: a cada 3 meses.


Sempre que sejam visíveis formas parasitárias nas fezes do animal é recomendado visitar o seu Veterinário, para que possa aplicar o tratamento adequado ao seu patudo.

Desparasitação externa

Os parasitas externos são aqueles que habitam e/ou invadem a pele do seu animal de estimação. Na sua maior parte são visíveis a olho nu, embora haja alguns microscópicos, como é o caso dos ácaros.

Para além de comichões incomodativas e anemias (quando em grande número), estes podem ser responsáveis pela transmissão de bactérias e parasitas internos que consequentemente darão origem a patologias associadas aos mesmos.


Dentro dos parasitas externos os mais comuns são:

  • Pulgas

               Dermatite Alérgica à Picada de Pulga, transmissão de ténias (Dipylidium caninum) e bactérias (Bartonella)

  • Carraças

               Febre da carraça

  • Ácaros

                Sarna demodécica, sarcóptica, notoédrica e otodécica 

  • Mosquitos

               Vermes do coração – Dirofilaria immitis (microfilárias)

  • Flebótomos

                Leishmaniose

  • Moscas

               Míiase – infestação de larvas de moscas

  • Piolhos

Para o seu amigo de quatro patas estar completamente protegido deverá dirigir-se ao meu Médico Veterinário de maneira a conceber um plano personalizado às necessidades do seu patudo.

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Vacinação do seu cão e do seu gato

Porque é importante vacinar o seu cão ou Gato?

Para o seu Cão

Contra o que vacinamos?

  • Doenças infeciosas
  • Parvovírus canino (Parvovirose)
  • Adenovírus (hepatite canina)
  • Vírus da parainfluenza canina
  • Vírus da esgana canina
  • Leptospira (bactéria, leptospirose canina)
  • Raiva

Como deve ser o protocolo vacinal?

  • Início: 8 semanas (Raiva: > 12 semanas)
  • Reforço vacinal a cada 2-4 semanas até às 16 semanas de idade (exceto Raiva)
  • Reforço ao ano de idade
  • Revacinação anual (Raiva: trianual)

Para o seu Gato

Contra o que vacinamos?

  • Parvovírus felino (panleucopenia)
  • Herpesvírus felino
  • Calicvírus felino

Como deve ser o protocolo vacinal?

  • Início: 8 semanas
  • Reforço vacinal a cada 2-4 semanas até às 16 semanas de idade
  • Reforço ao ano de idade
  • Revacinação anual ou trianual

Bibliografia

  • Diretrizes WSAVA para o Vaccionamento de Cães e Gatos (2015)

  FIV e FeLV – O que fazer se o meu gato apresentar estas doenças? 

As doenças causadas pelo vírus da imunodeficiência felina (FIV), muitas vezes apelidada de “sida dos gatos”, e pelo vírus da leucemia felina (FeLV) são das patologias víricas mais comuns em gatos.

Gatos machos, não castrados, com acesso ao exterior e/ou com mais de 6 meses de idade apresentam maior predisposição para contrair os vírus mencionados.

FeLV

  • Transmissão:
    • A transmissão pode ocorrer através das fezes, leite, urina e saliva, o que significa que gatos que façam grooming mútuo e partilhem a mesma tigela de água e comida com animais infetados apresentem maior risco de infeção.
  • Sinais clínicos mais comuns:
    • Gatos FeLV-positivos podem apresentar imunossupressão (maior probabilidade de adquirir doenças infecciosas), anemia e até mesmo vir a desenvolver linfoma, um tumor maligno das células do sangue.

IVF

  • Transmissão:
    • O vírus transmite-se especialmente através de mordidas (saliva <-> sangue), pelo que gatos que lutem frequentemente tenham maior probabilidade de contrair a infeção.
  • Sinais clínicos mais comuns:
    • Gatos FIV-positivos podem nunca vir a apresentar sinais clínicos, contudo, como esta doença causa imunodeficiência, pode causar infeções secundárias. Manifestações típicas da doença são a gengivoestomatite crónica, a rinite crónica, o aumento dos gânglios linfáticos e a perda de peso.

Recomendações para os tutores com um gato FIV e/ou FeLV positivo:

  • Manter animais infetados dentro de casa para evitar tanto a disseminação do vírus para gatinhos não infetados como para prevenir que o seu gato possa contrair uma doença infeciosa.
  • Esterilização.
  • O FeLV dissemina-se entre gatos amigáveis, por isso deve ser evitado o contacto entre gatos infetados e não infetados. Se forem coabitantes em que seja impossível a separação física, é importante vacinar contra o FeLV o gato não infetado. Já o FIV dissemina-se por gatos não amigáveis (ex: através de lutas) e por isso a transmissão é pouco provável em casas onde os gatos infetados e não infetados apresentam uma relação estável e sociável uns com os outros. A vacinação contra o FIV é, ainda, controversa.
  • Fornecer uma dieta de boa qualidade.
  • Evitar dar comida crua, ovos e/ou leite não pasteurizado pois podem ser fonte de bactérias e parasitas.
  • Monitorizar o estado de saúde e comportamento do seu gato.

Deve contactar o seu veterinário caso apresente algum dos aspetos seguintes:

  1. Alteração de interação social com os tutores e/ou animais coabitantes;
  2. Alteração do nível de atividade e hábitos de dormir;
  3. Alteração no consumo de água e/ou comida;
  4. Alteração repentina do peso corporal;
  5. Mau hálito.

Para qualquer dúvida adicional, não hesite em contactar-nos. Se tiver interesse em saber mais acerca das doenças abordadas, consulte a bibliografia deste conteúdo.

               Bibliografia

  • Levy J et al (2008) “Diretrizes de gestão de retrovírus felino da American Association of Feline Practitioners de 2008” no Journal of Feline Medicine and Surgery , vol. 10 (3), 300-316
  • Little S (2012) “Doenças Infecciosas” em The Cat , 1º Ed, Elsevier Saunders, 1048-1061
  •  Lutz H et al (2009) “imunodeficiência felina. Diretrizes do ABCD sobre prevenção e manejo ” no Journal of Feline Medicine and Surgery , vol 11 (7), 575-584
  •  Lutz H et al (2009) “leucemia felina. Diretrizes do ABCD sobre prevenção e manejo ” no Journal of Feline Medicine and Surgery , vol 11 (7), 565-574
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Alimentos tóxicos para o seu animal

Descubra os Alimentos que são Tóxicos para o seu Animal de Estimação

  • Cebola, cebolinho, alho, alho francês
    • Os componentes responsáveis pela toxicidade são os organosulfides. Quando os alimentos são mastigados, os organosulfides transformam-se numa mistura de compostos de enxofre, capazes de destruir as células sanguíneas vermelhas (hemólise oxidativa), causando assim anemia.
    • Sinais clínicos mais comuns: vómitos, diarreia, falta de apetite, depressão, dor abdominal, mucosas pálidas.
  • Uvas, passas, sultanas
    • As uvas e os seus produtos desidratados apresentam compostos nefrotóxicos e portanto podem causar problemas a nível renal no seu cão. Em gatos, embora não existam ainda muitos estudos acerca da toxicidade das uvas, acredita-se que também possam ser tóxicas.
    • Sinais clínicos mais comuns: 1º – vómitos; 2º – diarreia, falta de apetite, depressão; 3º – diminuição ou ausência de produção de urina, aumento do consumo de água, entre outros (sinais de falha renal).
  • Chocolate, café, chá
    • Estes produtos alimentares contêm aquilo a que se denomina de metilxantinas (cafeina, teofilina e/ou teobromina), moléculas que têm ação sobre o sistema nervoso central, sendo os cães mais susceptíveis que os gatos a este tipo de intoxicação dado os seus hábitos alimentares indiscriminados. No ingestão de chocolate, a ocorrência de intoxicação depende da concentração de teobromina presente no mesmo. Por exemplo, o chocolate negro apresenta maiores quantidade de teobromina que o chocolate branco e, como tal, é mais tóxico.
    • Sinais clínicos mais comuns: 1º – vómitos, diarreia, sede, maior produção de urina; 2º – hiperatividade, ritmo cardíaco e respiratório acelerado, tremores, convulsões, entre outros.
  • Nozes de macadâmia
    • Acredita-se que a ingestão deste tipo de nozes possa causar toxicidade em cães mas, até à data, o seu mecanismo de toxicidade ainda não foi totalmente esclarecido.
    • Sinais clínicos mais comuns: fraqueza (especialmente dos membros posteriores), depressão, vómitos, ataxia (desequilíbrio), tremores, dor abdominal.
  • Xilitol
    • O xilitol é um adoçante artificial presente em diversos produtos como gomas, rebuçados, bolachas e até mesmo pasta dos dentes! Este açúcar quando ingerido em grandes quantidades provoca o rápido aumento do nível de insulina no sangue o que pode causar hipoglicemia, evento prejudicial para a saúde do seu animal.
    • Sinais clínicos mais comuns: 1º – vómitos, 2º – fraqueza, ataxia, alteração do estado mental, convulsões, entre outros.
  • Etanol
    • O etanol está presente em diversos produtos, tanto em bebidas alcoólicas, como em perfumes, tintas, massa de pão por cozer e algumas medicações. Esta molécula tem ação a nível cerebral, podendo ser fatal para o seu animal.
    • Sinais clínicos mais comuns: 1º – vómitos, excitação; 2º – ataxia, prostração, hipotermia, incontinência urinária, colapso, depressão do sistema nervoso central.

Para mais informação adicional sobre as doses tóxicas dos produtos alimentares apresentados, consulte a bibliografia deste conteúdo.

               Bibliografia

  • Cortinovis C, Caloni F (2016) “Household Food items Toxic to Dogs and Cats” in Frontiers in Veterinary Science, vol 3 (26), 1-7
  • Gugler K, Piscitelli C, Dennis J (2013) “Hidden dangers in the kitchen: common foods toxic to dogs and cats” in Compendium Continuing Education for Veterinarians, vol 35 (7), 1-6
  • Kovalkivicová N et al (2009) “Some food toxic for pets” in Interdisciplinary Toxicology, vol 2 (3), 169-176
  • FEDIAF Nutritional Guidelines For Complete and Complementary Ped Food for Cats and Dogs (2017)